Por que o Brasil tem tantos feriados?
Oi, tudo certo?
Hoje eu quero falar sobre feriados.
O Brasil tem 10 feriados nacionais, mas se levarmos em conta os feriados estaduais e municipais, o número de festividades pode chegar a 18 dias por ano. Há quem diga que isso é demais. Adeptos da ideologia do mercado argumentam que os feriados provocam prejuízos na economia e dificultam ainda mais a sobrevivência dos empreendedores brasileiros.
Eu discordo em gênero, número e grau.
Primeiro porque o Brasil está dentro da média de feriados no mundo contemporâneo, e muito abaixo de países desenvolvidos. De acordo com reportagem de Paula Adamo Idoeta, da BBC Brasil, um trabalhador típico brasileiro trabalha em média 2.000 horas anuais, quantidade parecida à de horas trabalhadas por um trabalhador mexicano ou coreano, mas bem superior à média de países como Dinamarca, Holanda e França.
Segundo porque a existência humana é muito maior do que o trabalho. Somos seres que precisamos também de ócio, lazer e diversão. Mamíferos são dotados de uma capacidade incrível de aprender brincando, e mamíferos superiores e primatas são as espécies que passam mais horas por dia brincando, inclusive adultos.
“Não constitui mero incidente o fato de que, em toda sociedade em que o mercado se transformou em agência cêntrica da influência social, os laços comunitários e os traços culturais específicos são solapados ou mesmo destruídos”.
Nós precisamos, biologicamente, de pausas para vivenciar o ócio e o lazer, para desfrutar da vida, para fortalecer nossos laços comunitários e familiares.
Na Idade Média, os servos contavam com cerca de 100 dias festivos no calendário anual, datas em que eles eram livres do trabalho. Mais ainda, no período medieval a lógica do mercado estava restrita a pequenos espaços geográficos, as feiras, e o cálculo utilitário de consequências e o consumismo não invadiam cada milímetro da vida humana.
Infelizmente, a rotina do trabalhador contemporâneo é mais degradada e invadida pela lógica do mercado do que a vida de um servo medieval. Mesmo nos feriados, o que nos resta a fazer com nosso tempo livre é consumir, seja nas praças de alimentação dos shoppins centers da vida, seja na internet e nos serviços de streaming que despejam produtos audiovisuais incessantemente.
Não estou defendendo a volta do Feudalismo, apenas alertando para o fato que nem tudo na vida moderna é “progresso”. No quesito feriados e dias livres de trabalho e consumo, a qualidade da vida humana decaiu muito desde o advento da chamada revolução industrial. Parece até que a gente se esqueceu que as empresas não são donas da nossa vida. Fazer essa confusão pode nos levar a experimentar uma psicopatologia denominada síndrome comportamentalista.
O próprio conceito de trabalho superior e inferior foi distorcido pelo mercado, para diminuir a dissonância cognitiva dos trabalhadores e enobrecer um tipo de esforço repetitivo que era considerado menos do que humano até a Idade Moderna.
“Somente uma visão acrítica das metas organizacionais e da motivação humana pode explicar porque os intervencionistas humanistas se sentem à vontade em suas tentativas, por exemplo (…) de melhorar a cultura humana em complexos industriais poluentes e destruidores dos recursos naturais; de aumentar a eficiência de corporações especializadas em fornecer ao público mercadorias desnecessárias e serviços que apenas servem para destruir gradativamente o senso que têm os cidadãos de suas necessidades genuínas, pessoais. Não questionam eles, explicitamente, o caráter geral desumanizador e enganoso da estrutura de emprego da sociedade centrada no mercado, que em si mesma não permite uma coerente prática do verdadeiro humanismo.”
O que estou propondo é que criemos novos estilos de vida mais adequados às necessidades humanas. Ecovilas são uma maneira de criar espaços onde a realização humana possa acontecer de forma mais plena, mais protegida das influências do mercado. Não são a única solução para a crise que vivemos atualmente, mas apontam na direção de caminhos possíveis.
Precisamos de mais feriados, precisamos de mais dias livres da influência do mercado. Precisamos de mais humanidade.
“Eu que já não quero mais ser um vencedor levo a vida devagar pra não faltar amor” (Loser Manos)
Se você acha que a vida merece ser mais celebrada, se você sente que precisa pertencer a uma comunidade, se você acredita que precisamos de mais espaços livres da lógica do “tempo é dinheiro”, talvez as ecovilas sejam um caminho pra você.
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Abraços,
Gabriel
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